domingo, 8 de junho de 2008

Nevoeiro


Pt.1
Robert Armstrong teve uma infância recheada de fantasias e uma forte atração por mistérios e algumas coisas obscuras, mas a medida que crescia teve de aceitar a realidade e esquecer o seu mundo, carregar o peso das responsabilidades e frustrações mundanas acabaram com sua personalidade e se tornou só alguém comum com problemas comuns e uma vida dentro dos padrões sociais, suas memorias foram guardadas em caixas que hoje habitam o porão da sua casa juntamente com a coisa mais preciosa de sua infância, um objeto que segundo seu avô poderia realizar seus desejos mais profundos, mas não passava de uma historia para crianças.
Estava tudo dando certo, pela primeira vez na vida as coisas estavam bem. Helena havia aceitado noivar, estava tudo certo no emprego e todas as contas haviam sido pagas, Robert chegou satisfeito em seu apartamento de classe média alta no centro da cidade após um longo dia de trabalho duro, sentia se cansado e com dor de cabeça tomou um calmante e logo deitou se.
A vida stressante que estava levando enfim o recompensou, no dia seguinte foi chamado na sala do presidente da empresa em que trabalhava e recebeu a noticia que esperava a muito tempo, fora promovido e ganharia quase o dobro do seu salário atual e mais alguns benefícios, era tudo que ele poderia querer.
Depois do trabalho resolveu chamar alguns de seus colegas para comemorar em um desses barzinhos, como pessoas normais fazem, mas não foi uma boa ideia... Um de seus colegas com inveja de tudo que Robert havia conquistado colocou uma droga na bebida dele.
Dez em ponto, estava atrasado logo no primeiro dia de trabalho como administrador chefe, a empresa tinha uma regra rígida contra atrasos e Robert estava tão drogado que não conseguiu se mover por um longo tempo, não teve coragem de ir até a empresa e no final do dia recebeu uma ligação, havia sido demitido.
Sem seu emprego não poderia manter sua vida e teria de sair do seu apartamento no centro, isso não demorou muito a acontecer, duas semanas depois foi despejado e foi morar com Helena, vendeu seus moveis e ficou apenas com as caixas do porão, por algum motivo ele não conseguiu se desfazer delas.
Meses se passaram e Robert ainda não tinha um novo emprego e Helena então tomou uma atitude, pediu um tempo e pediu para que ele passasse uns tempos em algum outro lugar, juntando o resto do dinheiro que sobrara dos moveis vendidos Robert pegou suas caixas e mudou se para um quarto barato de hotel. Depois de alguns dias o dinheiro dos moveis também terminou, ainda sem emprego Robert não teve outra escolha a não ser vender as coisas que guardava nas caixas, passou aquela noite toda chorando e revirando as caixas inutilmente, só haviam coisas de criança, nada valioso, até que encontrou um pedaço de seda envolvendo algo que lembrava um medalhão, desembrulhou rapidamente e viu que era aquele objeto dado por seu avô...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Amebas




Pulando as frustrações iniciais digo a vocês: eu queria ser uma ameba.
Vejam só como é vantajoso ser uma ameba, nada de sentimentos inúteis, só uma vida tranqüila, simples e unicelular.
O melhor de tudo vem agora: quanto você estiver cansado de ficar sozinho é só se bipartir olha que interessante! Quando estiver cansado da copia é só fazer outra e outra e assim sucessivamente, isso é o que eu chamo de múltiplas personalidades. Mas é duro aceitar que humanos não se bipartam, e não tenham tentáculos e nem sejam pegajosos...
Triste pensar que eu tenho que aceitar uma vidinha medíocre e que é errado fugir dos problemas, mas se nada der certo acredito que com o tempo passe [não acredito nada só sou especialista em me conformar com as coisas, uh legal!]
E se nada mudar talvez eu deixe de ser preguiçoso e eu mude.
Maybe.